terça-feira, outubro 02, 2012

Coluna: Manuel Correia de Andrade.

Ecologia e Destruição da Natureza 
Publicado em 04.02.2007 

A floresta amazônica, preservada durante séculos, hoje é explorada de forma intensa e pouco racional, após o programa da Marcha para o Oeste, a construção de Brasília e a abertura de estradas nas mais diversas direções. A abertura de estradas provocava a expansão do povoamento, mas discriminava os pequenos produtores, os sem-terra, combatidos como suspeitos de subversão, e beneficiava as grandes empresas, os latifundiários que criavam gado bovino e extraíam madeira. O desmatamento trouxe e ainda está trazendo enormes prejuízos, de vez que, destruindo a floresta expõe os solos à ação dos meteoritos, transformando solos ricos em húmus e em material biológico em solos silicosos. Parece até que a grande burguesia nacional e internacional e os governos vêm fazendo uma experiência de desertificação em escala continental. Esta política é patrocinada por grupos empresariais que, além de destruir a floresta, fazem verdadeira matança dos que a defendem. Os estudos de Orlando Valverde e de Lúcio Flávio sobre Carajás e sobre o Projeto Jari, mostram como os grupos econômicos vêm sendo favorecidos naquela área.

Não podemos deixar de salientar o que está sendo feito em áreas diversas do País, como a destruição da Araucária e da natureza no Vale do São Francisco que, no momento atual, deveria ser objeto de grandes debates e de estudos de textos anteriormente escritos sobre ele, objeto de projetos mirabolantes que necessitam ser discutidos e estudados por técnicos das mais diversas formações, profissionais e ideológicas. Nos perguntamos: o que foi feito da floresta ou das florestas ricas e produtoras de erva-mate do Mato Grosso do Sul e do Brasil Meridional? O que foi feito da cachoeira de Sete Quedas, hoje submersa para implantação da usina hidrelétrica de Itaipu? O que será feito dos milhares de quilômetros de cerrados, hoje cultivados com cana de açúcar, soja e café, graças à utilização de agrotóxicos?

As modificações feitas à natureza, sejam em escala nacional sejam em escala regional, são acompanhadas por outras em escala mundial, daí o planeta vir sofrendo grandes mudanças, quase sempre desfavoráveis ao homem. E da forma que se caminha, elas podem levar à própria destruição da humanidade, graças ao efeito estufa, à elevação da temperatura na Terra, às modificações climáticas, o retraimento da camada de ozônio, à elevação do nível do mar. Não se podendo esquecer, também, o que vem ocorrendo com as cheias e as secas dos rios, a ampliação dos períodos de seca no Nordeste e no Rio Grande do Sul, etc.

O mundo já se encontra alarmado com a situação em que se encontra, atingido em duas frentes: na econômica e política, pela globalização, e na ecológica pela destruição da natureza e, até certo ponto, da vida, – razão pela qual clama por decisões que se fazem necessárias em nível internacional, nacional, regional, estadual e municipal.

Assim, em nível internacional, tivemos grandes congressos em vários continentes, como o de Estocolmo (Europa) e do Rio de Janeiro (na América do Sul) onde foram elaborados protocolos que deveriam ser subscritos por todos os países, como o de Kyoto. Por esse protocolo, os países mais poluidores deveriam pagar uma indenização àqueles de pouca expressão como poluidores, mas aconteceu que o maior poluidor mundial, os Estados Unidos, a maior potência industrial do mundo, não assinou o protocolo, alegando que se fosse frear o seu crescimento industrial e a sua capacidade de poluição, iriam ter prejuízos de ordem econômica e política.

No Brasil, temos uma grande quantidade de leis que deveriam vigorar em todo o território nacional e que, infelizmente, não vêm sendo respeitadas como deveriam, apesar da forte ação do Ibama em defesa da natureza. Cada Estado, por sua vez, tem suas leis e regulamentos a respeito da preservação do meio ambiente, mas sabemos que há falta de consciência ecológica no País e falta de infra-estrutura básica, como tratamento d’água, escoamento de esgotos, coleta e seleção de lixo, etc. que impedem a efetivação dessas leis e regulamentos. O mesmo ocorre, em maior escala, com as posturas municipais, basta que se passe pelas pontes dos rios e canais do Recife para se ver a situação de sujeira em que se encontram os mesmos.
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Ecologia e Destruição da Natureza 
Publicado em 04.02.2007 

A floresta amazônica, preservada durante séculos, hoje é explorada de forma intensa e pouco racional, após o programa da Marcha para o Oeste, a construção de Brasília e a abertura de estradas nas mais diversas direções. A abertura de estradas provocava a expansão do povoamento, mas discriminava os pequenos produtores, os sem-terra, combatidos como suspeitos de subversão, e beneficiava as grandes empresas, os latifundiários que criavam gado bovino e extraíam madeira. O desmatamento trouxe e ainda está trazendo enormes prejuízos, de vez que, destruindo a floresta expõe os solos à ação dos meteoritos, transformando solos ricos em húmus e em material biológico em solos silicosos. Parece até que a grande burguesia nacional e internacional e os governos vêm fazendo uma experiência de desertificação em escala continental. Esta política é patrocinada por grupos empresariais que, além de destruir a floresta, fazem verdadeira matança dos que a defendem. Os estudos de Orlando Valverde e de Lúcio Flávio sobre Carajás e sobre o Projeto Jari, mostram como os grupos econômicos vêm sendo favorecidos naquela área.

Não podemos deixar de salientar o que está sendo feito em áreas diversas do País, como a destruição da Araucária e da natureza no Vale do São Francisco que, no momento atual, deveria ser objeto de grandes debates e de estudos de textos anteriormente escritos sobre ele, objeto de projetos mirabolantes que necessitam ser discutidos e estudados por técnicos das mais diversas formações, profissionais e ideológicas. Nos perguntamos: o que foi feito da floresta ou das florestas ricas e produtoras de erva-mate do Mato Grosso do Sul e do Brasil Meridional? O que foi feito da cachoeira de Sete Quedas, hoje submersa para implantação da usina hidrelétrica de Itaipu? O que será feito dos milhares de quilômetros de cerrados, hoje cultivados com cana de açúcar, soja e café, graças à utilização de agrotóxicos?

As modificações feitas à natureza, sejam em escala nacional sejam em escala regional, são acompanhadas por outras em escala mundial, daí o planeta vir sofrendo grandes mudanças, quase sempre desfavoráveis ao homem. E da forma que se caminha, elas podem levar à própria destruição da humanidade, graças ao efeito estufa, à elevação da temperatura na Terra, às modificações climáticas, o retraimento da camada de ozônio, à elevação do nível do mar. Não se podendo esquecer, também, o que vem ocorrendo com as cheias e as secas dos rios, a ampliação dos períodos de seca no Nordeste e no Rio Grande do Sul, etc.

O mundo já se encontra alarmado com a situação em que se encontra, atingido em duas frentes: na econômica e política, pela globalização, e na ecológica pela destruição da natureza e, até certo ponto, da vida, – razão pela qual clama por decisões que se fazem necessárias em nível internacional, nacional, regional, estadual e municipal.

Assim, em nível internacional, tivemos grandes congressos em vários continentes, como o de Estocolmo (Europa) e do Rio de Janeiro (na América do Sul) onde foram elaborados protocolos que deveriam ser subscritos por todos os países, como o de Kyoto. Por esse protocolo, os países mais poluidores deveriam pagar uma indenização àqueles de pouca expressão como poluidores, mas aconteceu que o maior poluidor mundial, os Estados Unidos, a maior potência industrial do mundo, não assinou o protocolo, alegando que se fosse frear o seu crescimento industrial e a sua capacidade de poluição, iriam ter prejuízos de ordem econômica e política.

No Brasil, temos uma grande quantidade de leis que deveriam vigorar em todo o território nacional e que, infelizmente, não vêm sendo respeitadas como deveriam, apesar da forte ação do Ibama em defesa da natureza. Cada Estado, por sua vez, tem suas leis e regulamentos a respeito da preservação do meio ambiente, mas sabemos que há falta de consciência ecológica no País e falta de infra-estrutura básica, como tratamento d’água, escoamento de esgotos, coleta e seleção de lixo, etc. que impedem a efetivação dessas leis e regulamentos. O mesmo ocorre, em maior escala, com as posturas municipais, basta que se passe pelas pontes dos rios e canais do Recife para se ver a situação de sujeira em que se encontram os mesmos.
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