domingo, julho 21, 2013

Ausência de Dilma e Exclusão de Líderes Históricos Acentuam Discussões no PT.

A ausência da presidenta Dilma Rousseff na reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, ao longo deste sábado, só não gerou mais polêmica entre os integrantes do encontro do que a possível exclusão do ex-ministro José Dirceu e dos deputados por São Paulo José Genoino e João Paulo Cunha da chapa que concorrerá à Presidência do partido em 2014. A presidenta justificou o não comparecimento à reunião em carta endereçada ao presidente do partido, Rui Falcão. Ela justificou que a visita do Papa Francisco, em decorrência da Jornada Mundial da Juventude, na próxima semana, no Rio de Janeiro, lhe “impõe deveres” aos quais ela não poderia faltar, e foi representada pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. A reunião, porém, não estava na agenda oficial e terminou pouco depois das 12h, quando o encontro petista estava apenas começando. Ainda assim, Dilma recusou, pessoalmente, o convite de Rui Falcão, por telefone, apenas algumas horas antes.

Assessores da presidenta tentaram dissipar a decepção dos petistas e disseram que em nenhum momento ela havia confirmado presença no encontro do PT, embora o próprio Falcão houvesse anunciado a decisão de Dilma na reunião. Uma equipe de segurança do Planalto chegou a se deslocar à sede do partido em Brasília, na véspera, para vistoriar o local. Coube ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, avisar Falcão sobre a desistência de Dilma e ele pediu para falar com a presidenta, mas não conseguiu fazê-la mudar de ideia.

– Dilma nunca ouve ninguém – reagiu um parlamentar, citado na matéria de um dos diários conservadores paulistanos. Coordenador da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), Francisco Rocha teria chegado às lágrimas ao falar sobre o distanciamento de Dilma, mas disse que era necessário ter “cabeça fria” para enfrentar as dificuldades. A CNB reúne a maioria dos delegados petistas à Convenção partidária e é integrada por pesos-pesados da legenda, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dirceu, Genoino e João Paulo Cunha, que ainda discutem se deverão ou não permanecer na direção da legenda. Eles chegaram a ser afastados da chapa que concorrerá ao Diretório Nacional, mas a decisão poderá ser revista até terça-feira, como noticiou o Correio do Brasil.

Dirceu chegou a qualificar como “inaceitável” o comportamento de Dilma, no que foi aplaudido na plenária. Dirceu afirmou que Dilma “faz parte da crise” política atual, mas age como se estivesse fora dela. No início da noite, porém, Dirceu divulgou, em sua página na internet, notícia veiculada no diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, sobre seu descontentamento com a ausência de Dilma. Apesar do discurso pela maior participação da presidenta na vida partidária, ele negou que tenha aberto críticas à mandatária:

“Em nenhum momento de minha fala na reunião da chapa CNB, ontem, na sede do PT em Brasília, eu me queixei “de nunca ser recebido por ela” – pela presidenta Dilma Rousseff –, como diz matéria da Folha de S.Paulo de hoje assinada pela jornalista de nome Catia Seabra. Não incitei, e sim propus, como é da democracia do PT, que a direção executiva nacional insistisse na presença da presidenta na reunião do Diretório Nacional, por razões óbvias na presente conjuntura que vivemos”, disse, na nota divulgada.

Vacarezza Ausente
Ex-lider da bancada na Câmara, o deputado Cândido Vaccarezza (SP) – alvejado por pesadas críticas, dentro e fora da legenda – conseguiu uma sobrevida na comissão do Parlamento que debate a reforma política e a realização de um plebiscito no país. Dirigentes do PT rejeitaram a moção sugerida contra o coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Política na Câmara, que nesta semana anunciou que a proposta a ser apresentada em 90 dias pelos parlamentares não valerá para as eleições de 2014. Na véspera, a bancada do PT na Casa divulgou nota dizendo que as posições do petista não representam a opinião do partido.

“O diretório entendeu que a nota da bancada era suficiente”, anunciou o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão neste sábado, após reunião dos líderes petistas em Brasília.

Pela manhã, um grupo levou cartazes para a sede do Diretório Nacional pedindo a saída de Vaccarezza do grupo e ressaltando que o deputando não os representava. De acordo com Falcão, Vaccarezza se comprometeu a trabalhar para coletar assinaturas favoráveis ao decreto legislativo do plebiscito. Apesar de haver “unidade, mas não unanimidade” em torno do tema na sigla, Falcão afirmou que os dirigentes nacionais fecharam acordo para defesa do plebiscito da reforma política e dos pactos propostos pela presidente Dilma Rousseff. O presidente do PT defendeu que o plebiscito produza regras para as eleições de 2014, principalmente para a questão do financiamento privado das campanhas eleitorais.

Do lado de dentro, em uma reunião tensa, com críticas diretas a Vaccarezza – que disse ser impossível se promover mudanças no sistema político válidas para as eleições de 2014 -, o ex-presidente do PT José Eduardo Dutra foi um dos poucos que saiu em defesa do parlamentar.

– Não dá tempo de aprovar até outubro deste ano uma reforma política com efeitos para as eleições de 2014. Nem plebiscito nem comissão da Câmara produzirão resultados agora – disse Dutra.

Ex-senador e hoje em cargo de direção na Petrobras, Dutra apoiou a proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que prevê proibição de doações por parte de empresas e eleição em dois turnos para deputados.

– Precisamos ter foco para viabilizar alguma mudança para 2014. O Ficha Limpa foi aprovado no Congresso em um mês – disse.

Questionado sobre a ausência de Vaccarezza (SP), que integra o Diretório Nacional, Falcão procurou atenuar as divergências entre o parlamentar e a cúpula do partido. Vaccarezza tem provocado irritação desde que aceitou comandar a comissão montada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para debater em 90 dias propostas para uma reforma política que não necessariamente contará com a consulta popular, e cujas mudanças seguramente não serão aplicadas no próximo ano. A bancada petista no Legislativo, que já estava incomodada com o fato de Henrique Fontana (RS), que trabalha com o tema há anos, ter sido preterido, ficou ainda mais irritada depois que Vaccarezza declarou que seria inviável realizar o plebiscito ainda este ano, como desejam o partido e Dilma Rousseff. Na quinta-feira, parte dos deputados divulgou uma nbota contra o parlamentar, que reagiu emitindo comunicado em apoio à consulta popular. 

FONTE: Correio do Brasil.
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A ausência da presidenta Dilma Rousseff na reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, ao longo deste sábado, só não gerou mais polêmica entre os integrantes do encontro do que a possível exclusão do ex-ministro José Dirceu e dos deputados por São Paulo José Genoino e João Paulo Cunha da chapa que concorrerá à Presidência do partido em 2014. A presidenta justificou o não comparecimento à reunião em carta endereçada ao presidente do partido, Rui Falcão. Ela justificou que a visita do Papa Francisco, em decorrência da Jornada Mundial da Juventude, na próxima semana, no Rio de Janeiro, lhe “impõe deveres” aos quais ela não poderia faltar, e foi representada pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. A reunião, porém, não estava na agenda oficial e terminou pouco depois das 12h, quando o encontro petista estava apenas começando. Ainda assim, Dilma recusou, pessoalmente, o convite de Rui Falcão, por telefone, apenas algumas horas antes.

Assessores da presidenta tentaram dissipar a decepção dos petistas e disseram que em nenhum momento ela havia confirmado presença no encontro do PT, embora o próprio Falcão houvesse anunciado a decisão de Dilma na reunião. Uma equipe de segurança do Planalto chegou a se deslocar à sede do partido em Brasília, na véspera, para vistoriar o local. Coube ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, avisar Falcão sobre a desistência de Dilma e ele pediu para falar com a presidenta, mas não conseguiu fazê-la mudar de ideia.

– Dilma nunca ouve ninguém – reagiu um parlamentar, citado na matéria de um dos diários conservadores paulistanos. Coordenador da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), Francisco Rocha teria chegado às lágrimas ao falar sobre o distanciamento de Dilma, mas disse que era necessário ter “cabeça fria” para enfrentar as dificuldades. A CNB reúne a maioria dos delegados petistas à Convenção partidária e é integrada por pesos-pesados da legenda, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dirceu, Genoino e João Paulo Cunha, que ainda discutem se deverão ou não permanecer na direção da legenda. Eles chegaram a ser afastados da chapa que concorrerá ao Diretório Nacional, mas a decisão poderá ser revista até terça-feira, como noticiou o Correio do Brasil.

Dirceu chegou a qualificar como “inaceitável” o comportamento de Dilma, no que foi aplaudido na plenária. Dirceu afirmou que Dilma “faz parte da crise” política atual, mas age como se estivesse fora dela. No início da noite, porém, Dirceu divulgou, em sua página na internet, notícia veiculada no diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, sobre seu descontentamento com a ausência de Dilma. Apesar do discurso pela maior participação da presidenta na vida partidária, ele negou que tenha aberto críticas à mandatária:

“Em nenhum momento de minha fala na reunião da chapa CNB, ontem, na sede do PT em Brasília, eu me queixei “de nunca ser recebido por ela” – pela presidenta Dilma Rousseff –, como diz matéria da Folha de S.Paulo de hoje assinada pela jornalista de nome Catia Seabra. Não incitei, e sim propus, como é da democracia do PT, que a direção executiva nacional insistisse na presença da presidenta na reunião do Diretório Nacional, por razões óbvias na presente conjuntura que vivemos”, disse, na nota divulgada.

Vacarezza Ausente
Ex-lider da bancada na Câmara, o deputado Cândido Vaccarezza (SP) – alvejado por pesadas críticas, dentro e fora da legenda – conseguiu uma sobrevida na comissão do Parlamento que debate a reforma política e a realização de um plebiscito no país. Dirigentes do PT rejeitaram a moção sugerida contra o coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Política na Câmara, que nesta semana anunciou que a proposta a ser apresentada em 90 dias pelos parlamentares não valerá para as eleições de 2014. Na véspera, a bancada do PT na Casa divulgou nota dizendo que as posições do petista não representam a opinião do partido.

“O diretório entendeu que a nota da bancada era suficiente”, anunciou o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão neste sábado, após reunião dos líderes petistas em Brasília.

Pela manhã, um grupo levou cartazes para a sede do Diretório Nacional pedindo a saída de Vaccarezza do grupo e ressaltando que o deputando não os representava. De acordo com Falcão, Vaccarezza se comprometeu a trabalhar para coletar assinaturas favoráveis ao decreto legislativo do plebiscito. Apesar de haver “unidade, mas não unanimidade” em torno do tema na sigla, Falcão afirmou que os dirigentes nacionais fecharam acordo para defesa do plebiscito da reforma política e dos pactos propostos pela presidente Dilma Rousseff. O presidente do PT defendeu que o plebiscito produza regras para as eleições de 2014, principalmente para a questão do financiamento privado das campanhas eleitorais.

Do lado de dentro, em uma reunião tensa, com críticas diretas a Vaccarezza – que disse ser impossível se promover mudanças no sistema político válidas para as eleições de 2014 -, o ex-presidente do PT José Eduardo Dutra foi um dos poucos que saiu em defesa do parlamentar.

– Não dá tempo de aprovar até outubro deste ano uma reforma política com efeitos para as eleições de 2014. Nem plebiscito nem comissão da Câmara produzirão resultados agora – disse Dutra.

Ex-senador e hoje em cargo de direção na Petrobras, Dutra apoiou a proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que prevê proibição de doações por parte de empresas e eleição em dois turnos para deputados.

– Precisamos ter foco para viabilizar alguma mudança para 2014. O Ficha Limpa foi aprovado no Congresso em um mês – disse.

Questionado sobre a ausência de Vaccarezza (SP), que integra o Diretório Nacional, Falcão procurou atenuar as divergências entre o parlamentar e a cúpula do partido. Vaccarezza tem provocado irritação desde que aceitou comandar a comissão montada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para debater em 90 dias propostas para uma reforma política que não necessariamente contará com a consulta popular, e cujas mudanças seguramente não serão aplicadas no próximo ano. A bancada petista no Legislativo, que já estava incomodada com o fato de Henrique Fontana (RS), que trabalha com o tema há anos, ter sido preterido, ficou ainda mais irritada depois que Vaccarezza declarou que seria inviável realizar o plebiscito ainda este ano, como desejam o partido e Dilma Rousseff. Na quinta-feira, parte dos deputados divulgou uma nbota contra o parlamentar, que reagiu emitindo comunicado em apoio à consulta popular. 

FONTE: Correio do Brasil.
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