quarta-feira, fevereiro 28, 2018

28 DE FEVEREIRO: NASCIMENTO DO PADRE JOÃO RIBEIRO

Imagem: Diário de Pernambuco

Mártir da gloriosa e bicentenária Revolução Pernambucana de 1817, o padre João Ribeiro nasceu em 1766, em Tracunhaém e teve uma vida marcada pelo sacerdócio religioso e ativismo político. Sem dúvidas, um dos heróis de nossa história.

Apaixonado pelas ideias de liberdade e estudioso da filosofia iluminista, tão divulgados na Europa e América, nos seculos XVIII e XIX, o padre João Ribeiro, foi filho de uma família de poucas posses e devotou seus estudos dentro da religião. Como sacerdote, foi auxiliar do Monsenhor Manuel Arruda Câmara e passou uma temporada em Lisboa, onde conheceu melhor as vanguardas políticas emergentes de seu tempo. No Brasil, trabalhou também como professor de desenho no Seminário de Olinda.

Participou das reuniões no Areópago de Itambé - primeira loja maçônica em Pernambuco - se colocando, em vários momentos a serviço dos ideais de transformações, igualdade e liberdade na província. Era conhecido pelos ricos comerciantes e pobres trabalhadores, sua humildade e elevada sabedoria era, de fato, admirada por muitos.

Exímio porta-voz das bandeiras de independência política do país, o padre João Ribeiro foi um dos líderes e mentor intelectual da Revolução de 1817. Não só foi partícipe das lutas pela libertação colonial, como também teve participação no desenho da famosa bandeira de Pernambuco, que representava a época, um simbolo da liberdade, não somente de sua província, mas a de Rio Grande do Norte e Paraíba, que se faziam partes dos levantes republicanos no Nordeste.

Sua morte ocorreu no dia 13 de maio de 1817, quando, ao se ver derrotado pelas tropas portuguesas, que vieram reprimir a Revolução, sobretudo com apoio da Bahia, na então batalha no engenho Trapiche, se enforcou na capela do engenho Paulista, também localizado em Olinda.

No entanto, para mostrar total retomada da província pernambucana, o vice-almirante Rodrigo Lobo, ordenou que o corpo do padre João Ribeiro fosse desenterrado, esquartejado e sua cabeça exposta à todos os pernambucanos, como símbolo da derrota dos revolucionários e intimidação a quem quisessem seguir passos semelhantes.

Atualmente, o túmulo do padre João Ribeiro está localizado na famosa igreja de Santa Isabel, localizada no centro de Paulista. O município também oficializou o dia de seu nascimento como feriado municipal.
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quarta-feira, fevereiro 14, 2018

PARAÍSO DO TUIUTI: SAMBA ENREDO À ALTURA DA HISTÓRIA



Por Wallace Melo Barbosa

O desfile da G.R.E.S Paraíso do Tuiuti com o samba enredo, "Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?", foi histórica e respondeu a altura os anseios de grande parcela da população brasileira, sobretudo da classe trabalhadora.


O samba apresentou estrofes fortes e significativas, principalmente no âmbito da história contemporânea do Brasil.
"Senhor, eu não tenho a sua fé e nem tenho a sua cor; Tenho sangue avermelhado; O mesmo que escorre da ferida; Mostra que a vida se lamenta por nós dois; Mas falta em seu peito um coração... Ao me dar a escravidão e um prato de feijão com arroz" (TUIUTI, 2018).
As fortes críticas à escravidão no Brasil deu a tônica ao samba enredo, e nos momentos de evolução, o atual relevo politico do país foi pontuado pela escola, sobretudo, a partir do contexto do golpe de parlamentar e judiciário ocorrido em 2016 e das reformas instituídas por Temer.

"Onde mora a senhora liberdade; Não tem ferro nem feitor"(TUIUTI, 2018)


Um dos momentos mais marcantes do desfile se deu com a ala dos "manifestoches", que mostrou os famosos paneleiros que, manipulados pela mídia, foram usados para ajudar nos protestos que pediam o impeachment de Dilma.


O carro alegórico fez uma releitura de um navio negreiro, com alegorias que mostravam o presidente da República como um vampiro, acompanhado com os batedores de panela, trajados com camisa da seleção brasileira, com direito aos patinhos da Fiesp e as mãos manipuladoras da mídia golpista.

A reforma trabalhista também foi criticada pela escola de samba. Na ala, "Guerreiros da CLT", a precarização e a revogação de grande parte do direito do trabalho, foi tocada pelas fantasias. Os gritos "Fora Temer" foram inevitáveis no sambódromo, deixando as equipes de comentaristas sem palavras em dados momentos do desfile.

Um desfile que, sem dúvidas, terá espaço privilegiado para nossa história de resistência e lutas. Que o exemplo do G.R.E.S Paraíso do Tuiuti se propague nos mais diversos espaços, e assim, acumulemos forças, a fim de superar essa página e construir um novo tempo.
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quarta-feira, fevereiro 07, 2018

RETORNO À ALIANÇA...

FONTE: Diario de Pernambuco

Em Pernambuco, os rumores não são poucos, em relação a uma aliança entre o PT e PSB. Partidos que caminharam juntos por muitos momentos, construindo programas de governos vitoriosos, em diversas esferas.

Hoje (6), em matéria no Diario de Pernambuco, surge a informação que Lula vê com bons olhos a reaproximação com os socialistas. No mesmo periódico, também há o relato que o PSB se encontra de portas abertas aos antigos aliados.

É interessante frisar que, mesmo lançada a pré-candidatura de Marilia Arraes ao governo do estado pelo Partido dos Trabalhadores, o senador Humberto Costa (PT), em entrevista, relatou simpatia com a unidade entre ambos partidos, haja vista que, o centro é vencer a direita e o governo Temer, e dentro dessa perspectiva, o PSB seria uma força convergente.

Tais movimentações já estão dando muito o que falar. Há os que criticam, enquanto outros, apoiam. Porém, o que temos nesse contexto, é simplesmente a lógica republicana dos acordos entre forças políticas, um fenômeno que paira pelos partidos em todos os momentos de nossa história.

E assim, não precisamos enxergar o fato de maneira pejorativa, ou reduzir tudo isso a pragmatismo ou conveniência (fisiologismo). Discordo disso. Principalmente por entender que o romantismo na política tem limite e não precisa ser um princípio exclusivo das ações partidárias, mesmo sendo um elemento importantíssimo, sobretudo do ponto de vista ideológico.

Dessa maneira, penso que na política a racionalidade deve ser guia, nas ações, discussões internas e nos exercícios de diálogos com a coletividade, tudo isso à luz de uma lealdade axiológica aos principios e programas partidários, somado a uma estratégia determinada e uma tática flexível.

Ou seja, mesmo com tantas águas passadas, rancores e divergências pontuais, vejo com bons olhos essa possível aproximação no campo das esquerdas. Para que assim, possamos marchar juntos, camaradas e companheiros(as).


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